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segunda-feira, 13 de julho de 2009

MULHER É BICHO COMPLICADO?

 
              Nos últimos tempos, tenho ouvido muito esta expressão: "Mulher é bicho complicado". Às vezes perguntando-me se a realidade é essa. Pergunto-me se é assim ou se é o homem que é complicado. Talvez, por ser o homem complicado, acontece o fenômeno de transferência. Ou será que ambos são complicados? Será que nossas incompreensões masculinas acontecem porque queremos que as coisas estejam em um tempo e em um espaço que não são os da mulher?

Que o homem é complicado, se já ouvi não me lembro. Ouço que ele é previsível. Será? Quem diz que mulher é "bicho" complicado é o homem; e quem diz que o homem é previsível é a mulher. Parece-me que esses juízos são tendenciosos. Será que não vai ai uma frustraçãozinha de ambas as partes? O complicado é que já estou "vendo" mulher internalizando a fala masculina e dizendo: "Mulher é bicho...".

            Eu não me acho complicado. Entendo que estou num contexto existencial diferente daquele de quem convive comigo. Daí, muitas vezes, as incompreensões em relação a mim por parte de outros.

            É verdade que eu não compreendo algumas mulheres. Mas quando tenho um pouquinho de paciência, bem que as coisas são facilitadas.

            O que é ser complicado?

            Quais seriam os critérios válidos para se determinar que uma mulher é complicada? Se nós não a comprendemos devidamente não é o caso de uma mulher ser necessariamente complicada; ela até pode se tornar complicada. Não só a falta de conhecimento de nossa parte, mas a nossa impaciência, a nossa preguiça e outras tantas coisas é que complicam a realidade. A mulher em si seria complicada? Primeiro que não existe uma mulher em si, mas sempre uma mulher em relação. E toda relação não deve ser analisada unilateralmente. Todo juízo unilateral é passível de parcialidade. Parece que a relação, na qual os envolvidos fazem a diferença, é que contém em si a complicação. Eu disse: parece!!!!!!

Espero que nossa compreensão dessa realidade possa evoluir, permitindo-nos um olhar menos incoerente com a suposta natureza feminina.
Willians Moreira

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