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segunda-feira, 13 de julho de 2009

MATURIDADE NAS DECISÕES

 

A história revela que a humanidade sempre foi muito afeita a procurar respostas fora desta dimensão. O homem busca, quase que cronicamente, explicações transcendentais para o que acontece consigo. Desde a pré-história encontra-se o homem explicando o trovão, a chuva, o relâmpago e outras realidades naturais, como sendo resultados de intervenções divinas a ele dirigidas. Pode-se entender, no entanto, que estes fenômenos seguem, a princípio, as leis da própria natureza, estabelecidas pelo próprio criador.

Diante de tais fenômenos, a verdade é que o homem vivia, quase que esquizofrenicamente, tentando interpretar o que aquele "deus" em ação estava requerendo dele através daquele fenômeno. Como consequência de tantas interpretações, o homem chegou muitas vezes a práticas estonteantes como sacrificar o seu próprio sangue para aplacar ao tal "deus".

Com o passar de milhares de anos, apesar do progresso científico, os humanos, ainda não se libertaram daquela prática tendenciosa de interpretar os acontecimentos de sua vida, tentando saber o que Deus está requerendo lhe dizer.

Analise-se os próprios fenômenos da natureza. Jesus disse: Deus "faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos". (Mateus 5, 45). Ora, entende-se que o mesmo fenômeno acontecendo a pessoas de características diferentes, o que pode pesar aqui é somente a interpretação de cada um. Estando Deus a manter Suas leis físicas em evidência, não está falando de modo individual ou especial a alguém, mas proclamando a evidência de sua providência na natureza. Se um raio atinge um suposto servo de Deus, já atingiu também a muitos desordeiros nesta terra. E o fato da criação do Pára-raios não significa que o homem esteja aprendendo a se livrar das investidas divinas, mas que aprendeu a viver menos protegido diante da própria natureza.

Na verdade, coisas más e coisas boas acontecem a todo o tipo de pessoa. E, sem dúvida, o que é ruim para um, pode ser bom para outro. O livro de provérbios diz: "Todos os dias do aflito são maus, mas o de coração alegre tem um banquete contínuo" (Prov. 15, 15). Moral do exposto: Questão de atitude. Questão de interpretação particular.

Está-se dizendo que Deus não intervém na história? Não é isso! No entanto, Deus pode decidir não intervir! Que direito tem o homem de questionar a Deus?

Deus pode interferir na natureza, embora não daquela maneira estereotipada da interpretação pré-histórica ou do modo preconceituoso e muitas vezes neurótico de interpretação de alguns hodiernos. Pode-se perceber pelos "insights" bíblicos que Deus apresenta-se como aquele Pai que educa e interfere na vida de seus filhos considerando as diferenças de idade e suas limitações: Aos infantes maior presença; aos adultos maior liberdade. Que Pai andaria qual galináceo a proteger os seus pintinhos, se seus filhos já chegaram à maioridade? Em palavras claras: Por que viver esperando que Deus, muitas vezes, senão todas, trate alguns ou muitos como "mimadinhos" salvando-os de determinadas situações que desafiam as suas resistência e criatividade? É preciso assumir a maturidade para se discernir a "situação", adaptando-se às circunstâncias, mesmos adversas, visando a uma consecução dos ideais (Ecl. 9, 10). Disse Gonçalves Dias, no poema "Canção do Tamoio": "A vida é um combate que aos fracos abate; mas aos fortes só pode exaltar".
Willians Moreira

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