Os seres humanos têm mudado de meios de orientação freqüentemente. Cada vez que mudam sempre há um avanço para melhor. Sempre há uma graduação positiva.
Desde o princípio até o século XIII predominou a orientação astronômica simples, baseada na localização e posição dos astros celestes. Essa orientação era limitada por indicar apenas a direção aproximada e não precisa de um lugar. O lugar desejado era determinado por estimativa.
No hemisfério norte era utilizada a estrela Polar, indicando a direção do pólo norte. No hemisfério sul utiliza-se o Cruzeiro do Sul, indicando a direção do pólo sul.
Do século XIII ao século XV, predominou a bússola. A diferença deu-se em virtude de que a orientação passou dos astros para esse instrumento inventado pelos chineses, mas que ainda era exigida a decisão do navegador para determinar o lugar desejado.
Outros dois aparelhos foram inventados neste período: os portulanos (mapas com descrição dos portos) e as cartas náuticas (mapas contendo o traçado das rotas, profundidades dos mares, distâncias, perigos a evitar e outras informações).
Entre o século XV e o século XVIII, surgiu a navegação astronômica por latitudes. Os instrumentos utilizados eram o quadrante e o astrolábio. Estes instrumentos medem a altura de um astro acima do horizonte (voltamos a depender dos astros).
No século XIX, evolui-se da navegação por latitudes para a navegação por latitudes e longitudes. A localização de um determinado lugar torna-se mais precisa.
No presente, as navegações marítima e aérea favorecem-se do sistema de rádio (radiogoniômetro), radares e computadores.
Mesmo com todos os avanços, a bússola continua a ser usada. A comum tem sido utilizada por pequenas embarcações, enquanto as embarcações maiores utilizam-se da agulha giroscópica, que indica diretamente o norte geográfico e não o norte magnético.
Diante dos fatos acima, pode-se concluir: não se deve absolutizar um meio de orientação. Até porque outros mais evoluídos surgirão; mesmo que os antigos continuem a ser usados por alguns. Não se faz necessário radicalizar uma orientação qualquer como se fosse a única capaz de dar sentido ao homem. Isso se aplica aos mais diversos fatores da vida. Nos mares da vida os homens têm usado muitas orientações. Em alguns momentos sentem-se tão seguros com alguma compreensão que a entendem como absoluta. Fecham os olhos para novas perspectivas. No entanto, tomando como lição as realidades da geografia, por que não entender que ainda se pode avançar, encontrando outros meios de orientação? Que realidade obriga o homem a crer que a sua interpretação do momento comporta todo o sentido da vida?
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