Depois do fenômeno Tsunami na Ásia, vários meios de comunicação despejaram um bom acervo de fotos que estampavam a tragédia acontecida. Muitas fotos apresentavam corpos humanos espalhados pelos lugares do acontecimento. A natureza fez realmente um estrago no habitat humano.
Algumas vezes nós testemunhamos o efeito de catástrofes ocasionadas pelo homem contra a natureza. Quem de nós não se lembra de pássaros e peixes mortos em praias do Oriente, em virtude do derramamento de óleo no mar? Esses desastres já se repetiram muitas vezes.
Fico pensando se a natureza não resolve "vingar-se" do homem. Claro, essa é uma reflexão apócrifa, pois a natureza não é pessoal. Ou é?
Hoje eu me lembrei de tantos cadáveres de animais que já vi expostos ao sol e à lua. Ontem, à noite, quando voltava para casa, vi o corpo de um gatinho junto ao meio-fio, na posição de dormir. Mas eu sei que daquele sono ele jamais acordará. Vi que aquela morte fora resultado da ação do homem. Lembrei-me também de jumentos, burros e cavalos que já vi expostos à margem de estradas por causa da ação humana.
Já vi também expostos corpos de outros animais que morreram de morte natural.
Nas fotos que testemunharam o Tsunami vi corpos humanos expostos na praia. Corpos entulhados e misturados com destroços de casas, carros, etc. Corpos expostos por corpos expostos, qual a diferença? Tenho feito esta pergunta a mim mesmo. Qual a diferença entre a morte de uns e a morte de outros? Morte por morte, quem faz a diferença? Quando penso apenas em corpos, não vejo diferença mesmo. Mas por que achamos que a morte da espécie humana é diferente da morte da espécie animal quando pensamos nos aspectos extracorpóreos ou extramateriais? Parece-me que as nossas crenças fazem a diferença. Quem garante que a natureza faz essa diferença?
Isso me leva a não supervalorizar o acontecimento, principalmente se este está sendo explorado pelos meios de comunicação.
Fica o questionamento. E não pense que é tão simples resolvê-lo com uma resposta pré-formada em função de um doutrinamento fundamentalista.
Willians Moreira
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