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segunda-feira, 20 de julho de 2009

GIORDANO BRUNO

 
            A renascença foi um período histórico que abrangeu a Europa entre os anos de 1350 e 1650. Marcou uma transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. No sentido estrito, vinculou-se à Itália do século XIV, momento em que os homens foram estimulados à produção literária e artística pela redescoberta dos clássicos gregos e latinos. No sentido amplo, a renascença foi um período de reorientação cultural em que a Igreja deixou de dominar a atividade humana, passando esta a uma orientação individualista, secular e moderna.

            Giordano Bruno nasceu em Nola, Itália, em 1548. Ingressou no convento de São Domingos, em Nápoles, onde foi ordenado ao sacerdócio e onde alcançou o doutorado em teologia.

            O período da vida de Giordano Bruno encaixa-se no momento em que a Igreja vive a Contra-Reforma. Portanto, um momento tenso, não muito fácil. Os líderes do movimento protestante já haviam abalado as bases do catolicismo. De sorte que Bruno, com suas idéias, era mais uma ameaça.

            A Igreja Católica nutria uma concepção teocêntrica medieval e se enxergava como a representante máxima de Deus entre os homens. Seus líderes julgavam-se guardiães das doutrinas sagradas (virgindade de Maria, a Trindade, a divindade de Cristo e tantas outras), como também defendiam o direito de dominar as nações, e controlar o conhecimento filosófico e científico.

            Giordano Bruno insurgiu-se contra os dogmas católicos, de vez que passou a duvidar das doutrinas da Igreja. Bruno questionava o inferno, o diabo, a virgindade de Maria, a Trindade, o Espírito Santo, a Cristologia. Suas idéias pregam a separação entre o Estado, a Igreja, a Filosofia e a Ciência. Embora doutor em teologia, sua filosofia é o que mais aflora, tendo como característica uma volta aos princípios do neoplatonismo de Plotino e ao hermetismo da Europa pré-cristã. Seu pensamento, gnóstico em essência, conduziu a magia da renascença às suas fontes pré-cristãs. Nesta concepção, Deus está em tudo que existe, não havendo como dissociá-lo da matéria. Visão holista do universo e de toda a realidade.

            Toda esta conjuntura foi fatal para Bruno, pois o momento era de muita intolerância por parte da Igreja. E seu fim não foi outro senão a morte na fogueira em 17 de fevereiro de 1600.

            A reflexão a destacar na vida de Giordano Bruno é quanto a sua resolução em não desistir de suas idéias, mesmo diante da morte. Diante disto, perguntamos: seria a vida menos valiosa do que as idéias? Ou as idéias devem ser equilibradas à vida em valor? Renunciar idéias é renunciar à vida?

 Willians Moreira

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