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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Oito degraus no dever da caridade:

A reflexão abaixo foi colhida no endereço http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro1.htm um sítio que veicula informações valiosíssimas sobre o judaísmo. Vale a pena visitar o endereço.
Willians Moreira Damasceno
 
 
Existem oito degraus no dever da caridade:

O primeiro e mais baixo degrau é dar, mas com relutância ou contra a vontade. Esta é a esmola da mão, não do coração.
O segundo é dar alegremente, mas não proporcionalmente à necessidade do sofredor.
O terceiro é dar com alegria e em proporção, mas só depois de solicitado.
O quarto é dar alegremente, em proporção e sem ser solicitado; pondo, entretanto, a esmola na mão do pobre e nele provocando, assim, a dolorosa emoção da vergonha.
O quinto é dar de maneira tal que o necessitado receba a esmola e saiba quem é o seu benfeitor, sem ser-lhe conhecido. Assim agiam alguns dos nossos antepassados, que costumavam amarrar o dinheiro nas abas trazeiras das roupas, para que os pobres o pudessem tirar sem serem vistos.
O sexto degrau, ainda mais elevado, é conhecer os beneficiários da nossa caridade, sem que eles saibam quem somos. Assim procediam aqueles dos nossos antepassados que levavam suas dádivas caridosas para as moradias dos pobres, precavendo-se para que os seus próprios nomes permanecessem ocultos.
O sétimo é ainda mais louvável, a saber: distribuir as esmolas de modo tal que nem o benfeitor saiba quem são os auxiliados, nem estes o nome do seu benfeitor. Isto faziam os nossos avós caridosos no Templo. Pois naquele santo edifício existia um lugar chamado Câmara do Silêncio ou da Inostentação, onde os bons depositavam secretamente o que seu generoso coração lhes sugeria e do qual as mais respeitáveis famílias pobres eram sustentadas, com igual discrição.
Finalmente, o oitavo e mais meritório degrau, é antecipar a caridade, evitando a pobreza, a saber: ajudar o irmão empobrecido, seja com um presente considerável, seja ensinando-lhe uma profissão ou estabelecendo-o no comércio, para que ele possa ganhar honestamente a sua vida e não seja forçado a estender a mão para a caridade. É a isso que a Escritura se refere, quando diz: "E, quando teu irmão(*) empobrecer, e as forças decaírem, então sustentá-lo-ás, e assim o estrangeiro e o peregrino para que viva contigo".
Este é o mais alto degrau, - É o cume da Escada de Ouro da Caridade.
 
(*) "Não está escrito 'o Homem Pobre' - Diz o Talmud - Mas 'o teu Irmão', para mostrar que ambos são iguais".

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